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Maersk aposta no álcool, biogás e amoníaco

Álcool, biogás e amoníaco serão as três melhores opções para alimentar os navios de emissões zero que se querem para 2030, de acordo com a Maersk.



A Maersk estudou, em parceria com a Lloyd’s Register (LR), vários combustíveis que poderão ser a chave para um futuro de emissões zero dos navios e o álcool, o biogás e o amoníaco surgem no topo da lista.

Outras tenologias, como baterias ou células de combustível, estão muito mais atrasadas de acordo com o grupo dinamarquês em termos de desenvolvimento e, provavelmente, não farão parte da primeira geração de transporte marítimo em águas profundas.


Mas segundo a Maersk “é muito cedo para descartar” qualquer tecnologia. “Em termos genéricos, gastaremos 80% do trabalho nestas hipóteses e manteremos 20% na procura de outras opções. Acreditamos que é muito cedo para colocar o foco apenas numa configuração”.

Os três principais combustíveis sugeridos pela Maersk têm seus prós e contras.

A opção álcool (etanol ou metanol)  é promissor porque é líquida à temperatura normal e já tem mercados e infra-estruturas. Além disso, não é um produto altamente tóxico. Pelo contrário, não se antevê uma transição linear clara da tenologia atual, nem se sabe se haverá disponibilidade suficiente de biomaterial sustentável.

O caminho do biogás é promissor, já que apresenta uma possibilidade de transição suave da tenologia atual e do design de navios (GNL e turbinas a gás). Permite investir hoje em navios e tecnologias de motores conhecidos, que reduzem imediatamente as emissões em até 15% e no longo prazo transitar para o biogás, potencialmente via GNL, com captura e armazenamento de carbono (CCS) no entretanto. A questão é que essa opção apresenta um desafio em torno da fuga de metano em todo o sistema de abastecimento. Há, além disso, também aqui, questões em torno da disponibilidade suficiente de biomaterial sustentável e os desafios tenológicos da produção de gás sintético como uma etapa intermédia.

Finalmente, a hipótese amoníaco é promissora, porque é verdadeiramente livre de carbono e pode ser produzido somente com eletricidade renovável, além de que já é produzido em grandes volumes para outros setores. Os principais desafios estão relacionados com a falta de uma transição clara da tecnologia atual e com o fato do amoníaco ser altamente tóxico. Mesmo pequenos acidentes têm o potencial de causar mortes na tripulação e nos animais, com riscos de danos na natureza.

A escolha do combustível para os navios deep sea zero emissões não se confina, à adaptação dos navios. Pelo contrário, o grosso das preocupações, e dos investimentos também, terão de concentrar se em terra, na concepção e disponibilização dos equipamentos e infra-estruturas de produção, distribuição e abastecimento dos navios, salientam Maersk e da LR.


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